Dissertação de Mestrado: Dicas de como escrever e estruturar
A Dissertação de Mestrado é o produto final de anos de pesquisa. Esse documento registra a contribuição do estudante para a comunidade acadêmica. Trata-se de um esforço individual para fazer avançar o conhecimento coletivo.
O texto costuma partir de um problema, geralmente expresso em forma de pergunta. É esse questionamento que conduz a discussão sobre os dados coletados pelo pesquisador. Tais informações envolvem tanto observação da realidade (parte empírica) quanto leitura de outros autores (parte teórica).
Ao fim do relatório, é esperado que o mestrando responda à questão norteadora, de modo a apresentar os resultados obtidos. Se for o caso, também pode abrir margem para futuras investigações – num doutorado, por exemplo.
Pré-textuais
A dissertação é formatada segundo as regras do programa de pós-graduação ao qual o aluno é vinculado. No Brasil, costuma-se seguir o padrão da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Nesse modelo, é necessário incluir os chamados elementos pré-textuais, que correspondem a tudo que apareça antes do relatório propriamente dito. Entram aí capa, sumário, resumo da pesquisa e agradecimentos, entre outros.
Introdução
Em seguida, vêm os elementos textuais, a começar pela introdução. Nessa parte, costuma-se apresentar a temática do estudo, os objetivos do pesquisador, o problema de investigação a ser respondido e a relevância do trabalho para a sociedade (justificativa).
Revisão teórica
Os capítulos teóricos da dissertação de mestrado servem para contextualizar o fenômeno investigado. Nesse ponto, resgatam-se conceitos pertinentes à problemática, a partir da leitura de autores relevantes para a área de conhecimento.
Não basta apenas citar obras famosas. Deve-se articular o pensamento dos intelectuais, mostrando como cada um contribui para responder pelo menos parte das dúvidas suscitadas no decorrer da discussão.
Ainda nessa etapa, traça-se o estado da arte. Em outras palavras, explica-se o que já foi pesquisado sobre o tema e quais aspectos ainda precisam ser aprofundados. Para tanto, pode-se recorrer ao banco de teses e dissertações da Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
Metodologia
Toda pesquisa científica requer um arranjo metodológico para observar o objeto empírico. Basicamente, são técnicas reconhecidas pelos pares como uma maneira de se aproximar da realidade estudada.
Nas ciências exatas e da natureza, é comum recorrer a experimentos em laboratório. No caso das humanas, pode haver entrevistas, grupos focais ou abordagens etnográficas. A composição da metodologia depende do que se investiga.
Nesse capítulo, é importante evidenciar os passos da pesquisa e justificar cada estratégia adotada. Mesmo quando um procedimento não surte resultados, ele gera algum tipo de conhecimento.
Análise dos dados
É nesse momento que o investigador confronta a teoria com a realidade observada. Busca-se, assim, entender o objeto de pesquisa e vislumbrar possíveis respostas para a problemática.
Considerações finais
Na conclusão, a ideia é avaliar os resultados da pesquisa e verificar se os objetivos foram alcançados. Recomenda-se retomar pontos apresentados na introdução do trabalho, até mesmo como forma de tornar o texto mais acessível para o leitor.
Pós-textuais
A ABNT estipula regras para citar as referências bibliográficas utilizadas. Outros elementos, como os anexos e os apêndices – imagens, transcrições de entrevistas, documentos etc. – também aparecem nas páginas finais. Vale revisar tudo com muito cuidado para adequar o projeto ao padrão exigido.