Referencial Teórico, como escrever?

24/04/2015 12:21

Como escrever o Referencial Teórico, no Projeto de Pesquisa

 
Wilson Horvath
 

O Referencial Teórico são os conceitos que você utilizará para ler o seu objeto de estudo, conforme expomos no texto: Referencial Teórico – O que é?.

Então, se ainda não tem clareza do que seja referencial, aconselhamos que você leia esse texto.

 
Para escrever o seu referencial, sugerimos que você utilize apenas um conceito de um único autor para analisar um único objeto (UM X UM X UM = UMA PESQUISA). O referencial tem que estar próximo do seu objeto de estudo, para você fazer a aproximação desejada, a pesquisa.

 
Um grande risco que o pesquisador incipiente corre é querer explicar toda a teoria e toda a vida do autor escolhido ou explicar o conceito escolhido utilizando todos os autores que trabalharam sobre ele.

 
Ambos os casos são tarefas impossíveis, em uma única pesquisa, e além de proporcionar um esforço sobre-humano ao pesquisador, não caracteriza a pesquisa como científica. Se a pesquisa assim for realizada, ela recebe o apelido de: “Tese Balão”, ou seja, ela está cheia, inchada, mas do que? De vento. Que fala, fala, mas nada diz de concreto.

 
Como você fará um bom trabalho e não quer sofrer, além do necessário, na pesquisa. Basta seguir alguns passos básicos e bem fáceis de concretizarem:

 
1. Fale apenas de um conceito e de um único autor.

 
2. Ao ler sobre aquele conceito (Estado da Arte), tudo o que não se referir diretamente a ele (ao conceito que você utilizará como referencial teórico), você, por hora, ignora. É como escolher feijão, você deve separar o feijão que cozinhará do restante.

 
3. Leia novamente o item 2. Ignorar significa: ignorar. Não é para dizer que o autor ou aquele conceito ajudaram a salvar mil criancinhas, na guerra ou alfabetizou em apenas dois meses mais de dez mil adultos. Se você escolheu aquele autor como referencial, significa que ele e suas ideias já demostraram a sua importância para a sociedade. Escreva, no máximo um parágrafo falando do autor e da(s) obra(s) que tirou aquele conceito.

 
4. Você descreverá apenas aquele único conceito do autor. Por exemplo: O conceito de Autonomia desenvolvido por Paulo Freire. Logo, todo o legado freiriano é por hora, deixado de lado.

 
5. Imagine que você explicará esse conceito para os seus alunos. E somente esse conceito será exigido em uma prova de vestibular, que eles em breve prestarão. Então o que eles precisam saber? De que forma você explicará esse conceito a fim que seus alunos não se esqueçam do conceito e saiam bem na prova? Responda a essa perguntas e a partir delas elabore o seu Referencial.

 
6. Pesquise sobre o conceito em sites de pesquisa científica. Sugerimos que você inicie por esses: Scielo e Google Acadêmico. Refine a pesquisa digitando o nome do autor e o conceito. Se não aparecer nenhum resultado ou você digitou errado ou não há artigo, nesse é caso, é melhor escolher outro conceito do mesmo autor ou o mesmo conceito, mas em outro autor.

 
7. Ao ler os artigos encontrados nesses sites, lembre-se dos itens: 1,2,3,4,5.

 
8. Siga esse esquema: O que é o conceito (use uma citação do autor e a explique); quando ele ocorre (em que fase da vida ou a partir de qual momento); quem o desenvolverá (exemplo: crianças de 0 a 2 anos); por que ele ocorre (quais são os fatores que contribuem para o seu surgimento); onde (em qual local, em casa, na escola). Pode ser que seu referencial não tenha todos esses pontos, então, descreva apenas os que encontrarem.

 
O objetivo desses passos, obviamente, não é complicar a sua vida nem colocar uma camisa de força em você. Mas, ajudá-lo a fazer um bom trabalho, um bom projeto de pesquisa da forma mais fácil e quem sabe, auxiliá-lo em seu processo de conhecimento e na sua vida acadêmica (iniciação científica → pós- graduação lato sensu → mestrado → doutorado). Olha que chique!?

Você pode encontrar outros caminhos para escrever seu referencial, talvez até melhor que esse. Escolha aquele que melhor encaixe com você, com sua maneira de pensar e agir.


E bom trabalho!!

Wilson Horvath